Dia desses num frio desgraçado a Bia estava no ponto esperando o onibus passar. O ponto de ônibus perto da EXADE fica do outro lado da rua na direção oposta a direção que um carro deveria ir caso estivesse indo pra nossa casa. Muito bem, depois de 30 minutos no ponto, a Bia desiste e faz sinal pro primeiro taxi que passa. Ela entra no taxi e diz para o motorista o endereço. O motorista diz "mas essa rua fica pro outro lado." A Bia diz que sabe disso e fica com uma cara de interrogação do tipo "qual o problema? basta dar a volta". E o motorista durante todo o trajeto fica dando esporro na Bia dizendo que é um absurdo ela pegar um taxi do lado errado da rua, porque ele não queria ir para aquela direção, mas agora ele foi obrigado, blá blá blá. A Bia quase chorando já, tamanho era o esporro, pede pra sair do taxi, pedindo milhões de desculpas e o taxista com o humor típico catalão diz que não, que agora ela tinha que ficar ali e escutar!
Hoje foi a final do campeonato de futebol da IEXE. A minha turma estava na final e nós estávamos lá pra apoiar. Mais uma vez passei uma vergonha por ser essa brasileira paraguaia que sou. Os amigos ficavam pedindo músicas típicas dos estádios brasileiros e eu que sou frequentadora assídua de Maracanã só consegui lembrar do "ai, ai ai ai, aiaiaiaiaiaiai, em cima, em baixo, puxa e vai" que deve ter sido da Copa de que? 94? Pra piorar os amiguinhos asiáticos não conseguem pronunciar o aiaiaiai por algum problema fonoaudiólogo qualquer e eu me vi ligando pra Bia, que devia estar no meio de um trabalho de grupo, pra pedir músicas da torcida do Flamengo pra ver se eu conseguia reverter a situação. Bom, nosso time perdeu e eu não sou mais uma líder de torcida.
Eu e Bia estamos na última semana frenética fazendo as tarefas diárias do mba, estudando para as provas, comprando presente de Natal, comprando cirolas cada vez mais grossas e tá uma correria tão grande que as tarefas domésticas tem ficado um pouco de lado. A situação ainda fica muito pior se você lembrar que a nossa empregada Lenira está de férias no Brasil. Por exemplo, se o Paulinho não vem aqui nos visitar, o lixo na área de serviço vai crescendo, crescendo e agora tá tão grande e pesado que nenhuma das duas consegue descer com ele. (O Paulinho disse que quando tiver uma folga ele vem aqui nos ajudar. Ainda bem que estão todos bem fechados e não fedem).
Dia desses acabou a folha da impressora. Isso gerou um pequeno transtorno, mas a gente foi se virando com as folhas de rascunho. Fomos reaproveitando os lados dos papeis, que por um lado foi até uma atitude super ecológica. Mas aí as folhas de rascunho acabaram, um mês se passou e nenhuma das duas comprou papel. Um dia eu tive que acordar mais cedo pra imprimir um trabalho e nem assim eu tive vergonha na cara de comprar mais papel. E o mesmo aconteceu com a Bia várias vezes. Pois bem, ontem chego em casa toda animadinha com uma idéia maravilhosa que eu tive para solucionar o problema da falta de papel e vejo a impressora cheia papel. Aparece a Bia e diz "roomie, roubei papel da faculdade..." e eu mostro um blocão de papel e digo "Eu também!". Brasileiras pobres e malandronas.
As aulas acabaram e faltam 7 dias pra gente chegar!!! \o/
Há 5 anos