sábado, 25 de julho de 2009
Off to the Northern
E a viagem da semana é essa aí. Sei que estou devendo ainda os causos das outras viagens, mas prometo tirar muitas fotos e contar tudinho na volta!
beijos a todos e nos vemos em agosto!
sábado, 18 de julho de 2009
Suma todos los números que hay en la imagen!
Há um ano quando Bia e eu chegamos a Barcelona e ainda vivia no apertamento emprestado, eu conheci esse tipo de programa de televisão. Aqui na Espanha (e já fiquei sabendo que essa moda está chegando no Brasil), depois de uma certa hora da madrugada em todos os canais começam esses desafios do tipo “ligue já, ligue já e ganhe um monte de dinheiro”, que poderia ser muito bem traduzido por “canse os seus dedinhos de discar, gaste um fortuna de telefone e tente decifrar um enigma sem solução”. Confesso que a primeira vez que eu vi esse programa, eu caí bonito. Eu estava na sala assistindo a moça pedir desesperadamente para alguém ligar e participar da brincadeira, o tempo passava, ninguém ligava e aquilo ia me dando uma angustia, uma pena da moça. Cheguei a pensar em como aquela profissão era difícil, ficar horas e horas falando, enrolando até que alguém ligasse. De tanta pena, eu até pensei em ligar. Ela estava buscando um desses dizeres populares, mas só havia poucas letras e era em espanhol, então eu não sabia a resposta mesmo. Até que a Bia chega na sala, olha pra tela e diz a resposta assim em 5 segundos. Eu fiquei numa excitação que vocês não imaginam. “Roomie, vamos ligar!!! A gente vai ganhar 1000 euros!!”. E ligamos, ligamos e a moça nunca atendeu. É claro. Foi uma decepção. Não sei se eu fiquei com mais raiva da moça dissimulada ou de mim por ter caído nessa pegadinha.
Eu achei que a minha história com esses programas tinha acabado, mas semana passada eles voltaram pra me atazanar. Minha mãe, Tia Neyde e minha prima Priscilla chegaram aqui em Barcelona sábado passado. Com o problema do fuso horário ficamos até altas horas conversando com a TV ligada, até que essa imagem apareceu. Veja bem. Eu sou uma aluna de segundo ano de MBA e eu fiz 47 pontos na parte de matemática do GMAT, eu tenho que saber a resposta dessa equação. Calculei e fiquei ouvindo a resposta do povo que ligava de 5 em 5 segundos. Nesse quesito esse programa é diferente de todos os outros. Eles atendem. A pegadinha está na resposta, que não é tão fácil quanto parece. Mais de duas horas se passaram e ninguém acertava. Nessas alturas o premio estava em 13 mil euros. Veja bem. Eu sou uma aluna de segundo ano de MBA e desempregada, eu tinha que ligar. Liguei, me atenderam e eu errei. A Tia Neyde ria de perder o ar quando ouviu a minha voz na televisão e depois a minha cara decepcionada quando o locutor disse “No, no hás ganado.” E o que acontece em seguida foi um misto de orgulho, obsessão e idiotice. Fiz milhões de cálculos, pesquisei a resposta na internet, liguei duas vezes mais. O prêmio já estava mais de 30 mil euros! Eu não admitia não saber. Resultado: ficamos até 6h da manhã acordadas para ouvir a resposta e até hoje eu não sei como eles chegaram naquele número.
Alguém arrisca?
sábado, 11 de julho de 2009
Bullshit
Lo siento, pero estoy muy enfadada! Eu vou explicar. Los encierros de toros são o seguinte: um bando de gente (gente idiota, claro) do mundo inteiro vai a Pamplona uma vez por ano disposto a correr na frente de oito toros. As 07:55, 07:57 e 07:59 da manhã exatamente, os participantes rezam para o coitado do San Fermín pedindo proteção e as 8 em ponto, os touros são liberados, a correria começa e acaba depois de 800 metros. O problema, ou melhor, os problemas são vários. Primeiro que essa mania espanhola de judiar de touro já passou de todos os limites. Segundo que vire e mexe, vários saem feridos e/ou morto, como foi o caso desse ano. Mas o maior problema de todos é que eles ainda acham isso maneiro. Se você entrar no site oficial da festa, você pode ver o vídeo com repetição do momento que o touro enfiou o chifre no pescoço do maluco, como se isso fosse motivo de orgulho pra família do cara ou para qualquer pessoa que o valha. Eu teria vergonha de estar no enterro desse homem, sinceramente.
Mas aparentemente muitos turistas acham a festa um máximo e Pamplona morre de orgulho por estar na mídia internacional por uma semana pelo menos uma vez por ano. Pois eu já decidi meu protesto. Pamplona não verá meus euros jamais. E tenho dito.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
We're half way there
Eu sei, eu sei, abandonei os meus queridos leitores. Desculpe-me por todos os dias que vocês entraram no blog, ansiosos por um novo post e eu os decepcionei. O último mês foi uma correria. Coisas do destino. Sabe quando você tem um final de semana sem nada pra fazer e no outro você tem três festas no mesmo dia? Foi mais ou menos o que aconteceu. Amigos brasileiros brotando no solo europeu dias depois da minha ultima semana de provas e de busca de emprego. Mas agora eu estou aqui na minha casinha catalã, sozinha, sem amigos brasileiros, sem amigos da escola e sem a roomie, que a essas alturas já deve estar no meio do Atlântico a caminho do Brasil. Vou tentar resumir o último mês em pequenos posts no decorrer da semana. Se a ansiedade for muito grande, vocês podem ir matando a curiosidade vendo as fotos da viagem da França e da Croácia clicando aqui.
O primeiro ano do MBA chegou ao fim e eu sou oficialmente uma aluna do segundo ano. O meu desempenho acadêmico nesse terceiro term não foi tão bom quanto no segundo, mas também não foi tão mal quanto no primeiro, o que significa que eu fiquei fora do Academic Evaluation. Ufa! Fiquei nos limites dos Cs, mas estou muito feliz. Fiquei sabendo que alguns colegas, que tiveram que fazer o Academic Evaluation, foram convidados a se retirar do programa e outros só poderão voltar no ano que vem para continuar o MBA. Então eu fico muito muito satisfeita e realizada por não ter precisado passar por essa avaliação.
Não estou totalmente realizada e satisfeita, porque eu não consegui um estágio. Na verdade eu consegui um, mas da mesma forma inesperada que ele veio, ele foi. A IESE organizou um evento chamado Capstone, que é uma competição entre os grupos de todas as turmas. A IESE convida uma empresa, que no meu caso foi o site emagister.com, e pede pra ela apresentar um problema real da empresa para que os grupos resolvam. Os grupos ficam confinados nas suas salas de reunião durante três dias criando o plano estratégico. Depois de uma pré-seleção feita pelos próprios alunos, os melhores grupos apresentam suas propostas pro presidente da empresa e ele elege o grupo vencedor. O meu grupo foi o vencedor entre todos os outros grupos. Ganhamos um troféu e um emprego. Visitei a empresa, conversei com os gerentes sobre os projetos que eu poderia participar e ficou meio que definido que eu trabalharia na entrada do site no Brasil. Um mês depois um email dizendo que o projeto Brasil foi cancelado por enquanto, mas que eles pretendem retomá-lo ano que vem e eu ‘sem dúvida’ estarei envolvida. Fooon fon fon fooooon
O bom é que por eu não ter arrumado emprego, terei quatro meses de férias, poderei enfim tirar vantagem do fato de que eu moro na Europa e agora vou ter tempo de viajar bastante. Até porque provavelmente essa será a minha única chance na vida de poder viajar por tanto tempo. Então é isso, plano já está em ação! Próximo post, eu conto da primeira viagem: Cote D’Azur e Provence!
O melhor time da IESE, the B9, recebendo o troféu Capstone 2009. No meio da foto está o presidente da empresa Emagister.com
domingo, 7 de junho de 2009
MBAT 2009
sábado, 30 de maio de 2009
¡Visca el Barça, Visca Catalunya!
domingo, 24 de maio de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
I like big butts I cannot lie!
Chego hoje na IEXE e conforme vou andando para a sala começo ouvir os comentários pelos corredores “agora você é famosa, hein?”. Cara de interrogação. Entro na sala e o enigma é revelado: “Marcelle, your butt is on the FT!” (Sua bunda está no Financial Times!). “What?????” E realmente está. Sou eu ali atrás. Mas a pergunta que não quer calar é: como é possível que eles tenham me reconhecido? Definitivamente eu tenho a bunda mais famosa da escola.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Legaliseerde
Chegamos na quarta a noite e fomos direto para o apartamento de um amigo, onde eu fiquei hospedada (de graça, devo dizer). É o MBA se pagando através de hospedagem pelo mundo, porque com emprego ta foda. O apartamento era ótimo apesar de fora de Amsterdam. A gente levava 30 min de trem pra ir e sair do centro de Amsterdam, mas foi bom para conhecer as redondezas da cidade.
Quinta foi o Queen's Day. Foi engraçado ter a primeira impressão da cidade em um dia tão louco. Realmente é como se fosse o Carnaval do Rio tirando as brigas e o empurra-empurra, mas com a mesma gente bêbada perdendo a linha nos ‘blocos de rua’ que estavam rolando ao mesmo tempo e durante todo o dia pela cidade. Como eu não sou fã de música eletrônica, a musica foi um problema para mim. Em certo momento eu escuto algo diferente do bate estaca que eu estava ouvindo por mais de 6 horas e imediatamente meus ouvidos treinados identificam o Axé Music! Vou seguindo o som e encontro o bar brasileiro chamado "Olele". Comi coxinha e bebi guaraná Antártica! Às 8 da noite a festa acabou, desligaram o som, todo mundo parou de dançar e da forma mais bêbada e civilizada que eu já vi na minha vida, todo mundo se direcionou a sua casa. Não sei se o tal atentado a Rainha contribuiu pro evento acabar tão cedo. Alguns disseram que sim, mas de qualquer forma eu achei super estranho o dia ainda claro e as pessoas indo pra casa em silencio como se não tivessem pulado e dançado e bebido e otras cocitas más por 8 horas. Mas enfim, europeu é um bicho diferente.
Sexta fomos na fabrica da Heineken. Eu parecia uma criança brincando de fazer cerveja. Foi tão divertido! No final ganhei uma garrafa com o meu nome e pude provar a cerveja que eu ajudei a produzir. Depois da fabrica o grupo de 50 alunos da IEXE se encontrou pela primeira para fazer o tour pelos canais de Amsterdam de barco. Foi maravilhoso ver a cidade por essa perspectiva. O tour durou 6 horas e passamos por todos os canais dentro da cidade e depois fomos para o mar. Basicamente em Amsterdam você não anda mais que 3 quarteirões sem que haja um canal cortando. A cidade fica abaixo do nível do mar, e pra não ser inundada existe um esquema de eclusas e barreiras que regulam a quantidade de água que entra na cidade! A água dos canais também é “trocada” constantemente (é bombeada para o mar) e, portanto não tem cheiro ruim e é bastante limpa. Os holandeses transformaram a maior ameaça a existência da cidade na maior oportunidade de negócios, já que os engenheiros de lá são os mais requisitados do mundo quando o assunto eclusas, dutos, inundação etc.
No dia seguinte fizemos um tour de bicicleta. Todo mundo anda de bicicleta em Amsterdam, do rico ao pobre, do novo ao velho. Você vê senhores de terno e gravata, executivas, vê de tudo! Como a cidade não tem montanha e desnível, a bicicleta realmente é uma ótima alternativa. Claro que eles têm ciclovias e uma infra-estrutura que facilita muito (diferente de Barcelona). Durante o tour eu tinha certeza que aquilo não ia acabar bem. Primeiro porque a minha bicicleta era gigante pra mim. Eu fui pedir uma bicicleta de menina pro moço que estava alugando as bicicletas e ele me respondeu “Mas essa bicicleta é pra meninas. Pra meninas holandesas né?” há há há Obrigada por me lembrar que eu sou uma anã perto delas. Segundo porque a minha bicicleta não tinha freio no guidão. Pra frear eu tinha que girar os pedais ao contrário. Coisa que eu nunca tinha visto na minha vida. E terceiro porque nós éramos 30 bicicletas andando em fila. Ou seja, a receita perfeita para o estabaco da história. Mas milagrosamente eu saí ilesa dessa aventura!
Por falar em aventura nossa ultima noite foi um tanto quanto bizarra! Fomos ao primeiro coffee shop de Amsterdam chamado Bulldog. Hoje essa marca já é uma cadeia enorme de cofee shops e acho que tem mais Bulldogs em Amsterdam do que Starbucks em Nova York. Mas nessa noite nós estávamos no primeiro Bulldog aberto, que claro não deixa de ser um ponto turístico da cidade. Depois de quase uma hora, Space cake pra cá, White wisdom pra lá, um amigo começa a passar mal, virar os olhos e se tremer como se estivesse tento um ataque epilético. Lógico que demorou algum tempo pra gente entender o que estava acontecendo. Eu no inicio achei que ele tava entrando numa onda alucinante, sei lá. Mas quando a gente entendeu que a coisa era séria foi uma gritaria. O segurança do lugar teve que carregar ele pra rua, porque a gente ficou super assustados e estávamos assustando todo mundo também. Mas o menino não conseguia ficar em pé mas com os olhos abertos. O segurança ajudou a gente com os procedimentos necessários, porque eu já queria levar ele pro hospital. O segurança/enfermeiro disse que isso era muito normal principalmente quando a pessoa não estava acostumada com maconha. Demorou 45 minutos pra ele voltar ao normal. Foi horrível. Fora o mico! Os turistas japas tirando 5 fotos por segundos achando que aquilo era um show de demonstração dos efeitos da droga. Olha eu sei que depois que ele se recuperou começou aquele empurra empurra de “quem vai ficar com ele essa noite porque ele pode precisar de ajuda”. Ninguém queria a responsabilidade e o problema, claro que sobrou pra mim. Eu passei a noite toda acordada pensando em todas as vezes que eu fiquei bêbada e precisei de ajuda. Lembrei do quanto é importante fazer essas loucuras quando você está perto de amigos. Nada pior do que precisar de alguém de verdade e não ter ninguém genuinamente a fim de fazer qualquer coisa pra te ver bem. Me deu muita saudades dos meus amigos. Graças a Deus eu tenho amigos que se despencam da Ilha, Tijuca, Centro e Niterói (tudo em uma noite) pra me levar na Barra sã e salva. :)
Em resumo Amsterdam é linda! Fiquei completamente apaixonada! As pessoas são super simpáticas, bonitas e estresse parece não existir no vocabulário deles. Fora que as flores, os canais e as bicicletas criam um cenário tão charmoso que não dá vontade de ir embora. Moraria fácil lá. Para ver as fotos clique aqui.
domingo, 26 de abril de 2009
Next Stop: Amsterdam
No dia 29 de abril se comemora por toda a Holanda o aniversário da Rainha (Queen’s Day ou Koninginnedag). A tradição começou em 1885 no aniversário da Rainha Wilhelmina, e, desde então, todas as rainhas subseqüentes comemoram seus aniversários nesse dia, mesmo não sendo o dia exato. Esse feriado foi criado para ser um dia de união nacional. Atualmente esse dia é conhecido pelos seus “freemarkets” (camelos) espalhados por todo país, já que é o único dia do ano quando se é permitido vender coisas nas ruas. Além disso, durante esse dia ficam rolando por todas as cidades holandesas concertos musicais e eventos alcoólicos (e outros entorpecentes) para festejar a união do país. A maior festa do Dia da Rainha é em Amsterdam, claro. Dizem que é a maior loucura e que a cidade fica toda da cor laranja (roupa laranja, comida laranja, bebida laranja), em homenagem ao nome da família real holandesa “House of Orange” (Casa da Laranja). A Bia tem a melhor definição para o Queen’s Day: é o nosso carnaval, mas só com homem loiro de olhos claros. Eu vou lá conferir e depois conto tudo pra vocês!
sábado, 25 de abril de 2009
La diada de Sant Jordi
Essa é a lenda, digamos, oficial, adotada pelo Governo da Catalunha para explicar a razão para São Jorge ser o padroeiro da região e a razão para o grande evento que acontece na Catalunha no dia 23 de abril todos os anos. No site da prefeitura, está a explicação, com direito a desenho animado e musiquinha de fundo e no Wikipédia tem maiores detalhes sobre as várias lendas que envolvem o nome de São Jorge.
Aqui, a tradição é dar de presente, aos homens, um livro e, às mulheres (e pessoas queridas, em geral), uma rosa vermelha. Ninguém sabe explicar muito bem o porquê dessa tradição, mas o que sabemos é que as rosas vieram da lenda do dragão e o livro porque dia 23 de Abril também é o Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor. Em Barcelona, funciona assim: as editoras e livrarias montam estandes pelo centro da cidade e os autores vão se revezando durante todo o dia para dar autógrafos. São mais de 200 autores e grandes livros são lançados especialmente nesse dia. É como se fosse uma Bienal dos livros. Nos pontos menos centrais da cidade, as livrarias e sebos também montam pequenos estandes nas ruas vendendo livros por preços mais acessíveis. Essa é a parte comercial do evento. Agora a parte romântica do evento é que em todas as esquinas existem pessoas vendendo rosas. A cidade fica com um cheiro maravilhoso e um clima de amor mais forte que qualquer dia dos namorados brasileiro. E mesmo que as editoras façam muito dinheiro nesse dia, o evento tem um charme e uma simplicidade que prevalece ao cunho comercial. Ver as pessoas carregando rosas, as mulheres escolhendo livros nos estandes e a felicidade daqueles que foram presenteados fazem desse evento mais um dia muito especial aqui na Catalunha.
Na IEXE uma semana antes do evento, eles foram às salas explicar a tradição e informar que no dia eles estariam vendendo livros e flores e que todo o dinheiro arrecadado seria revertido para uma instituição de caridade. A mensagem era: faça parte desse evento e aproveite a data para mostrar a alguém o quanto ele ou ela é especial para você. Eu já fiquei preocupada né? Me imaginei andando pela cidade em um mar de rosas e eu de mão abanando. Resolvi então criar uma estratégia para que isso não acontecesse. Chamei a Lucy, a outra menina do meu grupo, e sugeri a ela que comprássemos livros pros meninos do nosso grupo, eles se sentiriam obrigados a nos comprar uma rosa e dessa forma pelo menos uma rosa estaria garantida. Acabou que no final do dia eu era a menina com mais rosas! Ganhei sete! Claro que eu ouvi muitas piadinhas por causa disso: “Busy night today huh?” “Mira la chica rosada! Tiene muchos amores!”. Quem me dera... Mas que eu fiquei toda orgulhosa, eu fiquei!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Páscoa em alto mar!
4 países, 2 continentes visitados
782 tripulantes, 158 brasileiros
2852 passageiros, 2 brasileiras (adivinha quem?)
7 dias, inúmeros litros de álcool, alguns quilos extras e muita diversão.
0 bocas beijadas. (já virou hábito.)
As primeiras impressões do navio foram ao mesmo tempo surpreendentes e esperadas. Esperadas porque sabíamos que os companheiros de viagem seriam ou gays ou famílias. Felizmente (ou infelizmente) a segunda opção foi verdadeira. A faixa etária dos passageiros se concentrava entre 2-17 anos e depois dava um salto assustador para a faixa dos 40-80 anos de idade. E no meio estávamos nós com 26 aninhos. Alias, não só na idade a gente se destacava, mas na nacionalidade também. E aí vem a surpresa. O navio estava vindo do Brasil, da temporada do Carnaval, e por esse motivo a nacionalidade esmagadora entre os funcionários era a brasileira. O que foi uma surpresa boa. A cerveja no barco era Skol e o português, a língua falada. No meio de tanta família e velhos, os funcionários brasileiros se tornaram os nossos únicos amigos na hora do papo de bêbado nos bares do navio. Bom, únicos amigos eu estou sendo injusta. Os amigos da mesa de jantar também foram importantes. Toda a noite nós éramos ‘obrigadas’ a sentar na mesma mesa com as mesmas pessoas. Graças a Deus, apesar de fora da nossa faixa etária, Jaime, Rosa, Malu e Lena foram super simpáticos e com eles praticamos muito o nosso espanhol. O navio é super luxuoso, com vários bares, casino, lojas, milhões de pessoas te servindo o tempo todo, bebida e comida liberada. A cabine um pouco apertada, sem janela, mas deu pra sobreviver.
A primeira parada foi em Villefranche na França, que é uma cidade portuária bem charmosinha e pequena. Fiz uma promessa a mim mesma que um dia alugo uma casinha lá e passo umas férias. Se possível for com várias amigas solteiras, porque, queridas, a fonte de homem gato está lá! O navio não cabia na marina então umas lanchas precisaram buscar os passageiros no navio e levar até o continente. Encontrei o amor em todos os pilotos de lancha da cidade. Ojalá hubiera podido sacar fotos! E isso porque eu passei alguns minutos apenas em Villefranche. Assim que chegamos, pegamos o trem e fomos direto para Nice. Nice também é um charme, sem muito que ver, mas com uma praia lindinha. De lá fomos pra Mônaco, que também é bonito, mas um pouco luxuoso (e caro) demais em minha opinião. Falta um pouco de vida, sabe?
Segunda parada foi Livorno e de lá pegamos o trem para Florência, que é divina! Depois fomos para a Pisa, que só tem a torre de Pisa mesmo para se conhecer. Terceira parada Civitavecchia e de lá fomos para a Roma que dispensa qualquer comentário. O Vaticano foi um pouco decepcionante. Eu me considero uma pessoa religiosa encubada e muitas vezes a carola que existe em mim vem à tona de uma forma muito forte. E eu sempre achei que isso aconteceria no Vaticano. Mas, desculpe a heresia, eu não senti a presença de Deus ali. Talvez porque eu tenha ido durante a semana santa e o lugar estava lotado de turistas, mas já me emocionei muito mais em igrejas bem mais simples. O Vaticano para mim é um museu muito lindo.
Quarta parada foi Nápoles, que merece um capítulo a parte. Quando Bia e eu chegamos ao navio, nós recebemos os preços das excursões realizadas pela empresa que organiza o cruzeiro. Achamos absurdos os preços e decidimos que íamos conhecer as cidades por conta própria. Com quase nenhuma informação, pouco planejamento e convencidas de que nós duas somos seres pensantes, estudantes das melhores escolas de business do mundo, nos jogamos pela França e Itália (Tunísia nós já tínhamos entendido que não ia dar pé). Até então estava tudo indo muito bem, mais ou menos às 8h da manhã saíamos do navio e pontualmente meia hora antes do barco partir estávamos de volta. Sem estresse, com um pouco de pressa, mas conhecendo tudo que a gente queria conhecer. Até que chegamos a Nápoles. A ironia foi que Nápoles era o lugar que nós tínhamos menos coisa para fazer. Pegar um trem para Pompéia, visitar as ruínas e voltar. 11 horas eram mais do que suficientes, certo? Errado! Aconteceu que: a) nós estávamos mais tranqüilas que o normal: dormimos até um pouco mais tarde, demoramos mais para tomar café da manhã e fomos tranqüilas para a estação sem pressa de pegar o trem; b) Nápoles é uma cidade caótica! Resultado: por muito pouco perdemos o navio. Chegou um momento que a Bia parou de correr porque não agüentava mais e gritou “Segura o navio para mim!” e eu lá correndo como uma louca. Bom, fato é que Nápoles é uma das cidades mais feias que eu já fui na minha vida. É uma Praça Mauá tamanho cidade. Um caos, engarrafamento pra todos os lados, uma sujeirada, uma coisa horrível. O motivo do nosso atraso foi que pegamos o ônibus no sentido errado, fomos parar do outro lado da cidade e não percebemos, claro. Só quando o ônibus chegou no ponto final é que a gente foi se dar conta de que algo estava errado, mas aí já era tarde demais. Pra piorar ainda mais a situação tivemos um momento adrenalina que também vai ficar pra história. Na Itália, rola uma parada super estranha. Você compra o bilhete para o trem e para o ônibus e você tem que meter o bilhete numa máquina pra carimbar o dia que você usou a passagem. Mas essa máquina não está numa roleta ou em algum momento que seja obrigatório. Ela fica nas plataformas e no meio dos ônibus. Algumas vezes a máquina está quebrada ou você não encontra a máquina ou você realmente não tem bilhete ou você decide nunca validar e viajar sempre com a mesma passagem todos os dias, mas nada disso te impede de usar os meios de transporte. Bom eu e Bia sempre tínhamos as passagens porque somos super honestas, mas raramente a gente validava os bilhetes, pelos motivos descritos anteriormente. Bom, em Nápoles, no tal ônibus errado, a Bia teve uma iluminação divina e comentou que a gente devia validar as passagens. Pois bem, corta agora pra cena do momento de pânico: faltam 25 minutos pro navio partir, o ônibus está parado em um engarrafamento, nós não temos a menor idéia de onde estamos, a Bia quer sair do ônibus e ir atrás de um taxi, eu não vejo nenhum taxi nas ruas e tento manter a calma. Nesse momento, percebo uma agitação dentro do ônibus, alguns passageiros tentando abrir a porta do ônibus, falando alguma coisa que eu não entendia de forma nervosa, manter a calma começa a ficar impossível. Entram dois fiscais no ônibus e começam a pedir as passagens validadas. “puta que pariu! A gente validou essa merda?” Mostramos a nossa passagem. Passamos. Ufa! Claro que meio ônibus não tinha nem passagem. Uma mulher começa a gritar descontroladamente e eu e Bia começamos a rir num misto de nervoso, histeria e alívio. E a orelhinha da Bia bem ali na mira da mulher descontrolada! Decidimos sair do ônibus antes que a mulher espancasse a Bia em busca de um taxi. Começo a gritar feito uma louca “Taxi! Taxi!”, um taxista parou e nos deu toco “pra lá eu não vou não!”. Quando um finalmente disse que nos levava, pedimos pelo-amor-de-Deus pro taxista voar! Dentro do taxi, um pouco mais calmas, mas ainda olhando o relógio de cinco em cinco segundos “faltam 10 minutos”, a Bia resolve me lembrar que eu não tenho um puto, um euro, um real, nada! Ela tinha, lógico, porque ela não gastou nem um centavo em suvenires, já eu... Daí ela me pergunta: “cara roomie se você tivesse sozinha nessa situação, você não teria dinheiro pra pegar um taxi! O que você ia fazer?”. “Maluco, eu entrava no taxi e mostrava o peitinho. Isso tem que valer alguma coisa!” E assim fomos nos distraindo, rindo até a entrada do porto. Depois foi a correria que eu mencionei no inicio. Chegamos em ponto no navio graças ao italiano ‘Terra Nostra’ da Bia, aos euros da Bia, ao iluminado taxista que apareceu no nosso caminho e a minha corrida fajuta.
Quinta parada, La Goulette, Tunísia. Na nossa estréia em território africano decidimos pagar a excursão do cruzeiro. Fomos a Cartago e a Sidi Bou Said. Também não há muito que ver, mas deu pra sentir o gostinho da cultura árabe. Me encantei com as portas azuis do povoado de Sidi Bou Said (vocês vão ver nas fotos) e me diverti andando de camelo. Alias é verdade o que dizem: um homem quis levar a Bia por mil camelos. Como eu não sabia o que fazer com tanto camelo não concordei não. ;)
Para ver as fotos e os vídeos, clique aqui.
E amanhã tudo volta ao normal: 3 cases ao dia. Procurar emprego. Fazer dieta e exercícios.
domingo, 5 de abril de 2009
March Events (Continuação)
Amanhã embarcamos no cruzeiro! Depois conto tudinho para vocês! Com certeza, teremos muita novidade.
Feliz Páscoa para todos!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
March Events
Bom, mas passada a notícia triste, agora as boas notícias. Março foi um mês super intenso e cheio de eventos. No primeiro final de semana fui para Tarragona, na casa de praia de um amigo espanhol, conhecer a famosa Calçotada, uma das tradições aqui da Catalunha. O Calçot é um bulbo como a cebola, que costuma dar nessa época do ano. Parece uma cebolinha que cresceu até o tamanho do alho-poró. Depois de colhido o calçot vai para uma grelha baixa de carvão em brasa e é deixado lá até que a parte de fora fique totalmente queimada. O calçot em si não é nada de maravilhoso, mas a Calçotada é um evento muito legal. O amigo espanhol fez questão de preservar a autenticidade do evento, ou seja, mesa comprida ao ar livre, sem cadeiras, sem talheres. Para comer o tal calçots é preciso tirar com as mãos a camada negra de pele queimada até aparecer o interior branquinho. Depois é só molhar no molho e colocar na boca. Mas aí é que está a parte divertida. Pra conseguir comer você tem que virar muito a cabeça pra trás porque o calçots é comprido e aí começa a babação de molho na cara, na roupa, uma sujeirada só. E eu, muito inteligente, com a minha roupinha branca. Mas foi uma delícia: Amigos de pé ao redor de uma mesa pegando comida do mesmo lugar e bebendo vinho de uma garrafa que passa pelas mãos sujas de todos. Enquanto isso, os americanos no canto, tendo um treco. Os caras não dividem comida. Eles têm nojinho. (Para ver mais fotos, clique aqui)
O terceiro evento foi o Reverse Random Dinner. O Random Dinner aconteceu ano passado nos primeiros meses de aula. Os alunos do segundo ano oferecem um jantar na casa deles e os alunos do primeiro ano são randomicamente divididos entre as casas. Um dia você recebe um convite pra jantar na casa do fulano e com você vai mais uns 5 alunos do primeiro ano que você não faz idéia de quem seja. Mas foi super divertido porque foi uma boa oportunidade de conhecer mais gente e comer comida caseira e gostosa. Pois bem, como o segundo ano está se formando agora, nós decidimos fazer um Reverse Random Dinner para eles. Ofereci a minha casa, me juntei com dois super amigos de sala e cozinhamos para três random alunos do segundo ano. Por coincidência um deles era brasileiro. O tema do jantar foi tropical. Cozinhei Bobo de Camarão e de sobremesa tivemos fondue de chocolate com frutas. Para beber caipirinhas. Estávamos todos ‘fantasiados’ de havaianos e ‘dançamos’ ao som de Revelação a noite toda. Um dos alunos do segundo ano é Jamaicano e assim que eu abri a porta pra ele, ele disse “ahhh então você é a dançarina de samba da IEXE”. Não sabia onde enfiar a minha cara de vergonha, porque desde a minha ‘performance’ no palco do Multi Culti eu me escondo das pessoas toda a vez que se comenta sobre samba. Mas o jamaicano não sossegou até que eu o ensinasse a dançar, porque aparentemente o que eu faço "com os pés é incrível". Enfim, o vídeo está aí pra vocês entenderem:
O quarto e grande evento foi o Spring Fling que eu conto no próximo post.
* Eu agora mudo o nome da escola porque muitas pessoas estavam buscando informação no Google e acabavam no meu blog. Tenho medo de ser expulsa caso a escola descubra o que eu ando falando deles na internet. Às vezes eu me esqueço a dimensão que um blog tem.
domingo, 15 de março de 2009
2 down, 4 to go
Pensando no que eu faria nessas 2 horas extras que eu tenho agora, eu resolvi comprar um par de patins. A primavera finalmente chegou aqui em Barcelona e nos finais de semana o tempo tem estado tão bom que me dá vontade de sair e patinar pelas ruas de Barcelona. E assim eu fiz sábado passado. Coloquei toda a parafernalha de segurança: joelheira, cotoveleira, etc e comecei a minha aventura. Eu estava um pouco insegurança, porque faziam mais de 10 anos que eu não patinava, mas aos poucos eu fui indo, as lembranças da adolescência foram voltando e eu fui ficando mais confiante. Mas aí uma ladeira chegou. E no meio da ladeira eu me lembrei que eu nunca soube como frear com o patins. A velocidade foi aumentando e o meu desespero também. Comecei a fazer os cálculos... Qual é o melhor lugar para tentar fazer um 360 graus? Onde é o melhor lugar para eu cair? ...e o cruzamento chegando... Como calcula o perímetro do círculo mesmo? 2piR? Qual é a melhor maneira para eu cair? ...e a velhinha atravessando a ciclovia... Conseguirá nossa heroína sobreviver a mais esse desafio?? Bom, sobreviver eu sobrevivi, mas o estabaco foi inevitável. Ipod para um lado, óculos para o outro, a chave só Deus sabe para onde, um mico só. Depois dessa experiência eu decidi ir pra casa porque eu já tinha me arriscado o suficiente para um dia. E como com os acidentes de carro a maioria das ‘batidas’ acontece perto de casa, o mesmo pode ser dito com as quedas de patins. Entrei em casa, patinei na direção do sofá e sem mais nem menos, sozinha, sem nenhuma ladeira, velhinha ou whatever, eu cai, de novo, e cai feio. Com direito a hospital, raio-x, tipóia por uma semana. Um vexame. A Bia já escondeu os meus patins. Ela não quer ter que me levar pro hospital todo final de semana.
Páscoa está chegando e com ela 10 dias de férias para a gente! Bia e eu vamos fazer um cruzeiro pelo mediterrâneo. A nossa rota está na imagem abaixo. O cruzeiro tem três grandes vantagens: a primeira é que a gente dorme em um país e acaba em outro, o que nos poupa tempo e energia. A segunda é que tudo está incluído, inclusive bebidas! Ou seja, mesmo que só tenham velhos no cruzeiro, nós estaremos entre velhos sim, pero borrachas! E a terceira é que nós teremos 12 horas em cada porto o que nos dá tempo para ir em nas cidades nas redondezas. Vai ser muito divertido!
Por falar em divertido, semana passada rolou o IESE MultiCulti. O MultiCulti é um evento muito legal, onde cada país tem um estande e os alunos de cada nacionalidade se reúnem para trazer o melhor da comida e bebida do seu país. Os países que quiserem podem fazer uma apresentação no palco também, mas isso é opcional. Eu me envolvi na organização, assim como todos os brasileiros do primeiro ano. Fizemos uma vaquinha entre nós e começamos o planejamento: decoração do estande, brindes, comida, bebida e apresentação. Queríamos fazer tudo! Mas infelizmente o pouco tempo e dinheiro nos limitou um pouco, mas conseguimos fazer bonito no evento e representar bem o nosso Brasil. Contratamos uma escola de samba que tem aqui em Barcelona e os gringos ficaram malucos com a batucada. Na verdade nós brasileiros éramos os mais felizes. Depois de termos perdido o carnaval, ouvir as marchinhas e os samba enredos vindo de uma autentica bateria foi indescritível. A comida podíamos ter nos dedicado um pouco mais, principalmente depois que eu vi o estande mexicano que contratou um restaurante pra levar comida pro evento. Nós só tínhamos coxinha, empadinha e salgadinhos em geral. Ano que vem prometi um caldinho de feijão e quem sabe umas baianas fazendo acarajé. Mas na bebida fizemos bonito! Conseguimos o patrocínio da Ypioca e tínhamos uma operação intensa rolando pra produzir a verdadeira autentica caipirinha. Não tenho nem noção de quantos limões foram cortados. Uma loucura! Pros brindes tentamos de todas as formas mandar fazer as havaianas com a logo da escola, mas não deu tempo pra esse ano. Distribuímos as fitinhas do senhor do Bonfim, que já foi um sucesso. Foi uma das melhores festas até agora! Todo mundo colocou tanto esforço para representar bem o seu país. Estavam todos tão orgulhosos dos seus países, que foi bonito de ver. A cada estande que eu ia alguém me dizia "Vem provar essa comida/doce/bebida! É a(o) melhor do mundo!". As apresentações foram um capítulo a parte. A dedicação dos indianos e dos japoneses para coreografar e ensaiar a dança típica deles foi impressionante. Lindo! Lindo! Lindo!
Para assistir a um vídeo da festa, clique aqui.
sábado, 7 de março de 2009
Family in town!
Foi uma droga estar fora do Brasil durante o Carnaval
E foi uma delícia ter papai e mamãe aqui comigo.
Na noite do meu aniversário, o Fabio fez uma festa na casa dele pra comemorar o nosso aniversário (ele também faz aniversário em fevereiro). Foi muito legal, tinha bastante gente lá, eu estava feliz, bêbada, mas não foi a mesma coisa. Primeiro porque organizar festas em Euros é uma coisa bem mais complicada. Segundo porque entre os 200 alunos e os oito meses que eu estou aqui, se eu tenho 5 amigos é muito. Então a motivação para dedicar o meu pouco e escasso tempo e dinheiro na festa foi zero. De qualquer forma eu me diverti bastante. Um momento muito engraçado na festa foi quando um alemão chegou com de um chapéu de cowboy rosa e uma roupa toda colorida, porque ele presumiu que uma festa de aniversário de dois brasileiros em fevereiro tem que ser festa de Carnaval, claro. Mas não era e eu fiquei super sem graça no meu vestido preto.
Eu nunca fui muito fã de pular Carnaval, ir em blocos, me espremer na muvuca, pular com a multidão. Mas eu gosto do burburinho. Do planejamento, das expectativas, da forma que os jornais, a TV e as pessoas ficam monotemáticas. Eu gosto de assistir as escolas de samba, decorar as músicas, sambar e fazer comentários como se eu fosse uma especialista em todos os critérios de avaliação de um desfile. Eu gosto de assistir a apuração, torcer pra minha Mangueira e ficar imaginando o quanto de calor aquelas pessoas que estão nas mesas e nas arquibancadas devem ficar sentindo. Gosto do batuque e do bum-eskibum-bum-bum que a gente escuta em todos os cantos da cidade. Acho que pra mim Carnaval entrou na categoria das coisas que fazem de mim brasileira e que por conseqüência me matam de saudades.
Meus pais chegaram um dia antes do meu aniversário e foram embora ontem. É indescritível ver meu pai sentado no meu sofá ou a minha mãe almoçando no refeitório que eu como todos os dias. Mostrar meu quarto, meu banheiro, levar eles no ônibus que eu pego todos os dias (pra eles entenderem a dureza), no mercado que eu faço compras, apresentar aos amigos foi maravilhoso. Eu cheia de orgulho de poder mostrá-los que estou sobrevivendo e eles cheios de orgulho de me ver vencendo. Agora os high lights da viagem dos meus pais a Europa:
- Meu pai tirou um dia inteiro e ficou aqui em casa concertando e aperfeiçoando tudo o que ele podia no nosso apartamento. O que foi ótimo e nós ficamos super felizes. Ganhamos um filtro de água que nos poupa dinheiro e viagens até ao mercado, já que a freqüência que vamos ao mercado é diretamente proporcional ao nosso consumo de água. E como não dá pra carregar 6 litros de água de uma só vez, água sempre foi um problema. A única coisa negativa da reforma do meu pai foi a quantidade de ferramentas que ele precisou comprar pra fazer todo o sirviço. Agora eu tenho um armário só pra maquina de furar, por exemplo.
- Meus pais amaram Barcelona e fizeram tudo aquilo que eles mais gostam. Minha mãe fez compras e foi pro Casino (Numa noite eles ganharam mil euros!!). Meu pai comeu muito e foi pra Marina ficar olhando os veleiros sempre que ele pode.
- Eu tenho uma lista de restaurantes que eu sempre quis ir, mas o meu orçamento não me permitia. Então assim que meus pais chegaram, eu tirei a lista da gaveta e começamos o tour gastronômico por Barcelona. O mais interessante de todos foi o Comerç24. Esse restaurante é do chef Carles Abellan, que trabalhou sete anos no El Bulli, restaurante do Ferran Adrià. Pra quem não sabe Ferran Adrià é um dos chefs mais famoso da Espanha e que difundiu a gastronomia molecular. O El Bulli é um dos restaurantes mais famosos do mundo e só fica aberto durante três meses. Com isso a lista de espera para conseguir uma reserva leva mais de 2 anos. Como eu não tenho tanta paciência, resolvi ir no genérico mesmo. Assim como Adrian, no Comerç24 os mini pratos (tapas) tem como objetivo estimular todos os nossos sentidos e não só o paladar. Com isso, as comidas têm texturas e cheiros muito diferentes do que estamos acostumados. Chegamos no restaurante e pedimos o menu degustação. Enquanto esperávamos pela comida, um misto de insegurança, expectativa, medo, curiosidade reinava na nossa mesa. A Bia é super convencional no quesito comida e entrar nessa aventura foi um grande passo pra ela. As entradas chegaram e a gente foi se acalmando porque não era nada tão excêntrico assim. Mas a cada prato que chegava a inovação aumentava. O momento alto do jantar foi quando o garçom trouxe uma tigelinha. A Bia ficou toda feliz “oba sopinha”! Mas quando a gente olhou pro prato, só tinham seis bolinhas coloridas dentro. Olhamos pro garçom como fazíamos sempre que um prato novo chegava e esperamos a explicação de como comer aquelas bolinhas. O garçom derramou algo tipo um caldo de galinha na tigelinha e nos recomendou colocar a bolinha toda dentro da boca. E assim fizemos. Cada bolinha tinha um sabor diferente: ovo, parmesão, trufa. E quando colocada na boca ela explodia dando uma sensação muito interessante. A comida não é maravilhosa, mas a experiência sim é muito interessante. É uma forma de arte até. Não é a toa que chamam o Ferran Adrià do Salvador Dali da culinária. Foi muito divertido!
- Para ver as fotos clique aqui.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
We’re back in business!
Desde que chegamos aqui eu e Bia conversamos muito sobre o grande dia que iríamos provar dos chicos espanholes ou qualquer outro chico internacional que seja. Confesso que fomos bem inocentes no inicio. “Não vamos nos precipitar roomie. Vamos avaliar todos os rapazes e depois escolher o nosso foco.” Há há há. Avaliamos, escolhemos o foco, o foco cagou pra gente, escolhemos outro e entramos nesse ciclo vicioso que estamos hasta ahora. No início a gente se apaixonada todas as noites por alguém diferente. Voltando da night era sempre o mesmo papo “Roomie, encontrei o amor.” E realmente de homem bonito e interessante a IEXE, principalmente, está recheada. Toda vez que tem o poker da IEXE, eu carrego a Bia comigo e toda vez ela conhece alguém novo. No poker da semana passada, eu a apresentei a certo rapaz uruguaio e foi só eu olhar pra cara dela que eu já tinha entendido tudo “Nooooooossa Senhooora!!”. Pelo menos eu ganhei 70 euros nesse dia...
A pergunta é: o que estamos fazendo de errado? A Carol tem um ponto quando ela diz que o fato d’eu não usar nem óculos e nem lentes à noite, atrapalha a minha vida sexual. Realmente se estiver alguém me dando mole em uma distancia maior do que dois metros, eu nunca vou reparar, na verdade eu nunca nem vou ver. Por isso, resolution #3 comprar lentes de contato. Check! Outra razão deve ter a ver com um toque que o Naresh me deu e o portuga amigo da Bia deu pra ela também. Claro que a gente não se emperequeta toda pra ir pra faculdade, a gente vai arrumadinha normal. Bom pelo menos era o que a gente pensava. Um dia o Naresh diz pra mim “sabe o que eu acho legal em você? É que você nem se importa pra como você se veste na faculdade, só quando você sai à noite que você se arruma!” (Como assim eu nem me importo???) “Ahh obrigada Naresh”. O portuga mandou pra Bia um dia na night também “Nossa você está tão diferente. De maquiagem, brinco, bota...” e começou uma lista sem fim das coisas que a Bia não usa na faculdade. Pior do que esses comentários, só o comentário do Curu pra Bia no Réveillon “Nossa você rejuveneceu!” Ahhhh faça-me o favor, isso é papo pra tia!! Por essas e outras, resolution #4: ser mais vaidosa em 2009!
A verdade é que eu e Bia temos um pouco de consciência dos nossos erros e vou contar uns causos aqui que vocês logo logo vão entender:
Tem esse menino americano que está totalmente fora do meu padrão físico de qualidade, mas é um simpático e meu coração bate mais forte por ele. Não sei bem se o meu coração bate mais forte por ele porque eu acho que ele tem algum interesse em mim, ou se eu acho que ele tem algum interesse em mim porque o meu coração bate mais forte por ele. Any how, dia desses estávamos todos na night, eu decidida a dar mole para o rapaz em questão. Papo vai, riso pra lá, cabelo pra cá, papo vem, o rapaz começa a falar umas coisas no meu ouvido. A essa altura eu, um “pouquinho” embriagada e o hip hop bombante nas alturas, já não estava entendendo nada do que ele estava falando, mas o sorriso estava estampado no rosto, aprovando tudo e qualquer coisa que ele dissesse. Pois bem, no meio de um monte de palavras eu escuto “well let’s just go then!” Pra meio entendedor meia palavra basta e eu respondi “ok!” (facinha, facinha, valendo nada). Ele começa andar na direção da saída da boate e eu atrás, toda orgulhosa de mim. Passo pela Bia e olho pra ela com o sorriso da vitória “Scoooore”! No caminho, eu, num misto de nervosismo e felicidade, começo a pensar nas coisas que deveriam estar ok para aquela tão esperada noite e que não estavam. “Cacete eu tenho que encontrar uma depiladora brasileira uurgente!!” Chegamos na porta da boate, ele na minha frente vai em direção a uma mulher e a cumprimenta. Eu chego 5 segundos depois e sou apresentada a mesma. “Amiguinha de classe, chegou hoje em Barcelona, vai estudar com a gente. Oi prazer meu nome é Marcelle. Oi, obrigada por terem vindo me buscar na porta, eu estava um pouco perdida.” Foooon Foooon Foooon Foooon. Muito triste.
Tem esse outro menino alemão que esse sim passa por todos os critérios de qualidade. O que é uma coisa increíble dado que ele é alemão. O fato é que ele é tão incrível que eu jamais nem cogitei a possibilidade. Bom em um dos mil eventos da IESE eu tive certeza que das duas uma: ou ele estava sendo extremamente simpático comigo ou ele estava me dando mole. É sempre difícil avaliar já que são tantas nacionalidades e costumes diferentes, mas um alemão sendo simpático aí tem. Essa noite eu acabei bebendo mais do que devia e a Bia teve que me carregar pra casa antes que eu tirasse a prova das reais intenções do rapaz. Dia seguinte, trabalho de grupo na casa de um amigo. Chego lá e adivinha quem é o flatmate dele? O meu alemão! O simpático me chama pra fazer um tour pela casa, vai me mostrando cômodo por cômodo, até que chegamos no quarto dele. Na parede, um pôster: A foto da namorada linda maravilhosa loira e alemã. Triste, eu sei, mas a história não acaba por aí. Janeiro de 2009, ano novo, Marcelle nova. Vou pra uma boate com a galera e encontro ele lá, meio que chegando em várias mulheres. Opa! Das duas uma: ou ele terminou ou ele chifra a namorada! As duas funcionam pra mim e fui puxar um papo. Papo vai, riso pra lá, cabelo pra cá, papo vem, ele me conta que ama o Tribalistas, que é a única banda brasileira que ele conhece, bla bla bla, eu prometo gravar um cd da Marisa Monte pra ele. No dia seguinte, domingo, compro um cd virgem, passo algum tempo selecionando músicas intencionalmente sensuais, ou seja, me dedico. Segunda-feira, eu vou toda animadinha e entrego o cd pra ele. O seguinte diálogo se estabelece:
Eu: “Então, gravei esse cd pra você!”
Ele: “(?)”
Eu: “O cd da Marisa Monte. Aquela que canta nos Tribalistas....”
Ele: “Ahhhh... Nossa...Obrigada..(?)....”
(silêncio sem graça)
Ele: “Vou ouvir esse final de semana com a minha namorada.”
(E o meu sorriso colgate virou sorriso sol na cara)
Sem necessidade de ser tão cruel, concorda? Alemães são todos uns grosseiros. Resolution #5: nunca mais acreditar nas minhas opções quando eu digo “das duas uma”.
PS: A nerd da minha roomie passou em todas as matérias com louvor! Palmas para ela! Ahhh!! E cruzem os dedinhos que essa semana faremos entrevista para a Johnson & Johnson!