sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Y las clases empezaran

Sai de casa uma hora antes da aula começar, porque essa historia de pegar transporte coletivo é meio imprevisível e eu não queria chegar atrasada no meu primeiro dia. Entrei na estação do metro em frente a minha casa e fui em direção a Zona Universitária até o ponto final. De lá peguei o mini onibus que me leva pra cima da montanha e me deixa em frente a IESE. Cheguei na faculdade meia hora adiantada. Entrei no auditório e só tinham uns dez asiáticos (lógico). Sentei na segunda fila do lado do amigo asiático viadinho, que é muito engraçado e era o único que eu sabia pronunciar o nome. Aos poucos as pessoas foram chegando e sempre que elas entravam no auditório, você podia notar os olhos desesperados procurando um rosto familiar. Na maioria das vezes, o rosto familiar era o meu e eles vinham na minha direção, me cumprimentavam e iam sentar em algum lugar longe da segunda fila. Em 20 minutos quase todos os 235 alunos estavam no auditório. Todos aqueles rostos que durante meses eram apenas fotos no facebook estavam tomando corpo. Os outros brasileiros sentaram do meu lado, todos juntos, como uma reação ao desconforto que aquele lugar cheio de gente de todos os lugares do mundo trazia. Eu estava me sentindo meio uma pop star, porque todos os quase 60 alunos, que eu conhecia, vieram falar comigo e eu podia ver o estranhamento na cara daqueles que estavam vendo classmates pela primeira vez. O diretor do curso fez o welcome em 15 minutos e, em seguida, as provas orais e escritas de espanhol começaram. Depois das provas, começaram palestras sobre todas as coisas que devíamos fazer agora antes das aulas começarem, do tipo: alugar apartamento, correr atrás dos documentos de estudante, comprar um celular, comprar internet, TV a cabo e telefone, etc etc etc. Eu, como já tinha feito tudo isso, fui pra casa. Mais tarde começou um alvoroço no meu blackberry (todos os alunos tem blackberrys e todo mundo se comunica por IM) porque todo mundo recebeu por e-mail o nível de espanhol que tinha ficado e estava todo mundo curioso pra saber quem estava na sala de quem. Eu fiquei no oitavo nível e são doze no total. Fiquei super feliz, porque vou conseguir acabar o espanhol já nos primeiros meses, mas os amigos mais próximos ficaram no nível seis.

Segundo dia o transporte público já não me ajudou muito. Quando eu estava passando na roleta do metro, um trem chegou e eu não consegui pegar. Outro trem só dali a 8 minutos. Cheguei meio que atrasada, mas estavam todos perdidos pelo campus procurando as suas salas. Na minha sala tem dez alunos: dois portugueses, dois japoneses, uma koreana, uma holandesa, o Apolo e outros dois rapazes do mesmo nível que ele. Acho que só assim mesmo pra eu conseguir aturar as sete horas e meia de espanhol por dia, incluindo sábado. A matéria é dada super corrida e é um pouco difícil de acompanhar. Quarta que vem eu já tenho prova. Durante os intervalos, me senti um pouco frustrada porque sinto como se nunca fosse conseguir conhecer todos os alunos e muito menos saber todos os nomes. Não para de aparecer rostos novos para mim e eu que pensava que já conhecia a maioria. A volta pra casa é mais cansativa, porque o ônibus demora uns vinte minutos pra passar no ponto e pegar ônibus é um saco. Mas apesar do cansaço, to feliz!

Acho que eu não poderia ter tido um início melhor.

3 comentários:

Fulanas disse...

Celle, que bom que vc começou com o pé´direito.....continue assim !!
PS: 7 hrs e meia de espanhol por dia ????? Credo !!!

Anônimo disse...

ahhh poderia sim: por acaso alguém te ofereceu chiclete na porta??
i don't think so, honey.

(hihih)

Glazione Rocha disse...

Não reclama do busãoooo celeee, lembre-se que no Rio tem o 157 Barra-Central e é 10x pior e mais demorado.