domingo, 26 de abril de 2009
Next Stop: Amsterdam
No dia 29 de abril se comemora por toda a Holanda o aniversário da Rainha (Queen’s Day ou Koninginnedag). A tradição começou em 1885 no aniversário da Rainha Wilhelmina, e, desde então, todas as rainhas subseqüentes comemoram seus aniversários nesse dia, mesmo não sendo o dia exato. Esse feriado foi criado para ser um dia de união nacional. Atualmente esse dia é conhecido pelos seus “freemarkets” (camelos) espalhados por todo país, já que é o único dia do ano quando se é permitido vender coisas nas ruas. Além disso, durante esse dia ficam rolando por todas as cidades holandesas concertos musicais e eventos alcoólicos (e outros entorpecentes) para festejar a união do país. A maior festa do Dia da Rainha é em Amsterdam, claro. Dizem que é a maior loucura e que a cidade fica toda da cor laranja (roupa laranja, comida laranja, bebida laranja), em homenagem ao nome da família real holandesa “House of Orange” (Casa da Laranja). A Bia tem a melhor definição para o Queen’s Day: é o nosso carnaval, mas só com homem loiro de olhos claros. Eu vou lá conferir e depois conto tudo pra vocês!
sábado, 25 de abril de 2009
La diada de Sant Jordi
Essa é a lenda, digamos, oficial, adotada pelo Governo da Catalunha para explicar a razão para São Jorge ser o padroeiro da região e a razão para o grande evento que acontece na Catalunha no dia 23 de abril todos os anos. No site da prefeitura, está a explicação, com direito a desenho animado e musiquinha de fundo e no Wikipédia tem maiores detalhes sobre as várias lendas que envolvem o nome de São Jorge.
Aqui, a tradição é dar de presente, aos homens, um livro e, às mulheres (e pessoas queridas, em geral), uma rosa vermelha. Ninguém sabe explicar muito bem o porquê dessa tradição, mas o que sabemos é que as rosas vieram da lenda do dragão e o livro porque dia 23 de Abril também é o Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor. Em Barcelona, funciona assim: as editoras e livrarias montam estandes pelo centro da cidade e os autores vão se revezando durante todo o dia para dar autógrafos. São mais de 200 autores e grandes livros são lançados especialmente nesse dia. É como se fosse uma Bienal dos livros. Nos pontos menos centrais da cidade, as livrarias e sebos também montam pequenos estandes nas ruas vendendo livros por preços mais acessíveis. Essa é a parte comercial do evento. Agora a parte romântica do evento é que em todas as esquinas existem pessoas vendendo rosas. A cidade fica com um cheiro maravilhoso e um clima de amor mais forte que qualquer dia dos namorados brasileiro. E mesmo que as editoras façam muito dinheiro nesse dia, o evento tem um charme e uma simplicidade que prevalece ao cunho comercial. Ver as pessoas carregando rosas, as mulheres escolhendo livros nos estandes e a felicidade daqueles que foram presenteados fazem desse evento mais um dia muito especial aqui na Catalunha.
Na IEXE uma semana antes do evento, eles foram às salas explicar a tradição e informar que no dia eles estariam vendendo livros e flores e que todo o dinheiro arrecadado seria revertido para uma instituição de caridade. A mensagem era: faça parte desse evento e aproveite a data para mostrar a alguém o quanto ele ou ela é especial para você. Eu já fiquei preocupada né? Me imaginei andando pela cidade em um mar de rosas e eu de mão abanando. Resolvi então criar uma estratégia para que isso não acontecesse. Chamei a Lucy, a outra menina do meu grupo, e sugeri a ela que comprássemos livros pros meninos do nosso grupo, eles se sentiriam obrigados a nos comprar uma rosa e dessa forma pelo menos uma rosa estaria garantida. Acabou que no final do dia eu era a menina com mais rosas! Ganhei sete! Claro que eu ouvi muitas piadinhas por causa disso: “Busy night today huh?” “Mira la chica rosada! Tiene muchos amores!”. Quem me dera... Mas que eu fiquei toda orgulhosa, eu fiquei!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Páscoa em alto mar!
4 países, 2 continentes visitados
782 tripulantes, 158 brasileiros
2852 passageiros, 2 brasileiras (adivinha quem?)
7 dias, inúmeros litros de álcool, alguns quilos extras e muita diversão.
0 bocas beijadas. (já virou hábito.)
As primeiras impressões do navio foram ao mesmo tempo surpreendentes e esperadas. Esperadas porque sabíamos que os companheiros de viagem seriam ou gays ou famílias. Felizmente (ou infelizmente) a segunda opção foi verdadeira. A faixa etária dos passageiros se concentrava entre 2-17 anos e depois dava um salto assustador para a faixa dos 40-80 anos de idade. E no meio estávamos nós com 26 aninhos. Alias, não só na idade a gente se destacava, mas na nacionalidade também. E aí vem a surpresa. O navio estava vindo do Brasil, da temporada do Carnaval, e por esse motivo a nacionalidade esmagadora entre os funcionários era a brasileira. O que foi uma surpresa boa. A cerveja no barco era Skol e o português, a língua falada. No meio de tanta família e velhos, os funcionários brasileiros se tornaram os nossos únicos amigos na hora do papo de bêbado nos bares do navio. Bom, únicos amigos eu estou sendo injusta. Os amigos da mesa de jantar também foram importantes. Toda a noite nós éramos ‘obrigadas’ a sentar na mesma mesa com as mesmas pessoas. Graças a Deus, apesar de fora da nossa faixa etária, Jaime, Rosa, Malu e Lena foram super simpáticos e com eles praticamos muito o nosso espanhol. O navio é super luxuoso, com vários bares, casino, lojas, milhões de pessoas te servindo o tempo todo, bebida e comida liberada. A cabine um pouco apertada, sem janela, mas deu pra sobreviver.
A primeira parada foi em Villefranche na França, que é uma cidade portuária bem charmosinha e pequena. Fiz uma promessa a mim mesma que um dia alugo uma casinha lá e passo umas férias. Se possível for com várias amigas solteiras, porque, queridas, a fonte de homem gato está lá! O navio não cabia na marina então umas lanchas precisaram buscar os passageiros no navio e levar até o continente. Encontrei o amor em todos os pilotos de lancha da cidade. Ojalá hubiera podido sacar fotos! E isso porque eu passei alguns minutos apenas em Villefranche. Assim que chegamos, pegamos o trem e fomos direto para Nice. Nice também é um charme, sem muito que ver, mas com uma praia lindinha. De lá fomos pra Mônaco, que também é bonito, mas um pouco luxuoso (e caro) demais em minha opinião. Falta um pouco de vida, sabe?
Segunda parada foi Livorno e de lá pegamos o trem para Florência, que é divina! Depois fomos para a Pisa, que só tem a torre de Pisa mesmo para se conhecer. Terceira parada Civitavecchia e de lá fomos para a Roma que dispensa qualquer comentário. O Vaticano foi um pouco decepcionante. Eu me considero uma pessoa religiosa encubada e muitas vezes a carola que existe em mim vem à tona de uma forma muito forte. E eu sempre achei que isso aconteceria no Vaticano. Mas, desculpe a heresia, eu não senti a presença de Deus ali. Talvez porque eu tenha ido durante a semana santa e o lugar estava lotado de turistas, mas já me emocionei muito mais em igrejas bem mais simples. O Vaticano para mim é um museu muito lindo.
Quarta parada foi Nápoles, que merece um capítulo a parte. Quando Bia e eu chegamos ao navio, nós recebemos os preços das excursões realizadas pela empresa que organiza o cruzeiro. Achamos absurdos os preços e decidimos que íamos conhecer as cidades por conta própria. Com quase nenhuma informação, pouco planejamento e convencidas de que nós duas somos seres pensantes, estudantes das melhores escolas de business do mundo, nos jogamos pela França e Itália (Tunísia nós já tínhamos entendido que não ia dar pé). Até então estava tudo indo muito bem, mais ou menos às 8h da manhã saíamos do navio e pontualmente meia hora antes do barco partir estávamos de volta. Sem estresse, com um pouco de pressa, mas conhecendo tudo que a gente queria conhecer. Até que chegamos a Nápoles. A ironia foi que Nápoles era o lugar que nós tínhamos menos coisa para fazer. Pegar um trem para Pompéia, visitar as ruínas e voltar. 11 horas eram mais do que suficientes, certo? Errado! Aconteceu que: a) nós estávamos mais tranqüilas que o normal: dormimos até um pouco mais tarde, demoramos mais para tomar café da manhã e fomos tranqüilas para a estação sem pressa de pegar o trem; b) Nápoles é uma cidade caótica! Resultado: por muito pouco perdemos o navio. Chegou um momento que a Bia parou de correr porque não agüentava mais e gritou “Segura o navio para mim!” e eu lá correndo como uma louca. Bom, fato é que Nápoles é uma das cidades mais feias que eu já fui na minha vida. É uma Praça Mauá tamanho cidade. Um caos, engarrafamento pra todos os lados, uma sujeirada, uma coisa horrível. O motivo do nosso atraso foi que pegamos o ônibus no sentido errado, fomos parar do outro lado da cidade e não percebemos, claro. Só quando o ônibus chegou no ponto final é que a gente foi se dar conta de que algo estava errado, mas aí já era tarde demais. Pra piorar ainda mais a situação tivemos um momento adrenalina que também vai ficar pra história. Na Itália, rola uma parada super estranha. Você compra o bilhete para o trem e para o ônibus e você tem que meter o bilhete numa máquina pra carimbar o dia que você usou a passagem. Mas essa máquina não está numa roleta ou em algum momento que seja obrigatório. Ela fica nas plataformas e no meio dos ônibus. Algumas vezes a máquina está quebrada ou você não encontra a máquina ou você realmente não tem bilhete ou você decide nunca validar e viajar sempre com a mesma passagem todos os dias, mas nada disso te impede de usar os meios de transporte. Bom eu e Bia sempre tínhamos as passagens porque somos super honestas, mas raramente a gente validava os bilhetes, pelos motivos descritos anteriormente. Bom, em Nápoles, no tal ônibus errado, a Bia teve uma iluminação divina e comentou que a gente devia validar as passagens. Pois bem, corta agora pra cena do momento de pânico: faltam 25 minutos pro navio partir, o ônibus está parado em um engarrafamento, nós não temos a menor idéia de onde estamos, a Bia quer sair do ônibus e ir atrás de um taxi, eu não vejo nenhum taxi nas ruas e tento manter a calma. Nesse momento, percebo uma agitação dentro do ônibus, alguns passageiros tentando abrir a porta do ônibus, falando alguma coisa que eu não entendia de forma nervosa, manter a calma começa a ficar impossível. Entram dois fiscais no ônibus e começam a pedir as passagens validadas. “puta que pariu! A gente validou essa merda?” Mostramos a nossa passagem. Passamos. Ufa! Claro que meio ônibus não tinha nem passagem. Uma mulher começa a gritar descontroladamente e eu e Bia começamos a rir num misto de nervoso, histeria e alívio. E a orelhinha da Bia bem ali na mira da mulher descontrolada! Decidimos sair do ônibus antes que a mulher espancasse a Bia em busca de um taxi. Começo a gritar feito uma louca “Taxi! Taxi!”, um taxista parou e nos deu toco “pra lá eu não vou não!”. Quando um finalmente disse que nos levava, pedimos pelo-amor-de-Deus pro taxista voar! Dentro do taxi, um pouco mais calmas, mas ainda olhando o relógio de cinco em cinco segundos “faltam 10 minutos”, a Bia resolve me lembrar que eu não tenho um puto, um euro, um real, nada! Ela tinha, lógico, porque ela não gastou nem um centavo em suvenires, já eu... Daí ela me pergunta: “cara roomie se você tivesse sozinha nessa situação, você não teria dinheiro pra pegar um taxi! O que você ia fazer?”. “Maluco, eu entrava no taxi e mostrava o peitinho. Isso tem que valer alguma coisa!” E assim fomos nos distraindo, rindo até a entrada do porto. Depois foi a correria que eu mencionei no inicio. Chegamos em ponto no navio graças ao italiano ‘Terra Nostra’ da Bia, aos euros da Bia, ao iluminado taxista que apareceu no nosso caminho e a minha corrida fajuta.
Quinta parada, La Goulette, Tunísia. Na nossa estréia em território africano decidimos pagar a excursão do cruzeiro. Fomos a Cartago e a Sidi Bou Said. Também não há muito que ver, mas deu pra sentir o gostinho da cultura árabe. Me encantei com as portas azuis do povoado de Sidi Bou Said (vocês vão ver nas fotos) e me diverti andando de camelo. Alias é verdade o que dizem: um homem quis levar a Bia por mil camelos. Como eu não sabia o que fazer com tanto camelo não concordei não. ;)
Para ver as fotos e os vídeos, clique aqui.
E amanhã tudo volta ao normal: 3 cases ao dia. Procurar emprego. Fazer dieta e exercícios.
domingo, 5 de abril de 2009
March Events (Continuação)
Amanhã embarcamos no cruzeiro! Depois conto tudinho para vocês! Com certeza, teremos muita novidade.
Feliz Páscoa para todos!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
March Events
Bom, mas passada a notícia triste, agora as boas notícias. Março foi um mês super intenso e cheio de eventos. No primeiro final de semana fui para Tarragona, na casa de praia de um amigo espanhol, conhecer a famosa Calçotada, uma das tradições aqui da Catalunha. O Calçot é um bulbo como a cebola, que costuma dar nessa época do ano. Parece uma cebolinha que cresceu até o tamanho do alho-poró. Depois de colhido o calçot vai para uma grelha baixa de carvão em brasa e é deixado lá até que a parte de fora fique totalmente queimada. O calçot em si não é nada de maravilhoso, mas a Calçotada é um evento muito legal. O amigo espanhol fez questão de preservar a autenticidade do evento, ou seja, mesa comprida ao ar livre, sem cadeiras, sem talheres. Para comer o tal calçots é preciso tirar com as mãos a camada negra de pele queimada até aparecer o interior branquinho. Depois é só molhar no molho e colocar na boca. Mas aí é que está a parte divertida. Pra conseguir comer você tem que virar muito a cabeça pra trás porque o calçots é comprido e aí começa a babação de molho na cara, na roupa, uma sujeirada só. E eu, muito inteligente, com a minha roupinha branca. Mas foi uma delícia: Amigos de pé ao redor de uma mesa pegando comida do mesmo lugar e bebendo vinho de uma garrafa que passa pelas mãos sujas de todos. Enquanto isso, os americanos no canto, tendo um treco. Os caras não dividem comida. Eles têm nojinho. (Para ver mais fotos, clique aqui)
O terceiro evento foi o Reverse Random Dinner. O Random Dinner aconteceu ano passado nos primeiros meses de aula. Os alunos do segundo ano oferecem um jantar na casa deles e os alunos do primeiro ano são randomicamente divididos entre as casas. Um dia você recebe um convite pra jantar na casa do fulano e com você vai mais uns 5 alunos do primeiro ano que você não faz idéia de quem seja. Mas foi super divertido porque foi uma boa oportunidade de conhecer mais gente e comer comida caseira e gostosa. Pois bem, como o segundo ano está se formando agora, nós decidimos fazer um Reverse Random Dinner para eles. Ofereci a minha casa, me juntei com dois super amigos de sala e cozinhamos para três random alunos do segundo ano. Por coincidência um deles era brasileiro. O tema do jantar foi tropical. Cozinhei Bobo de Camarão e de sobremesa tivemos fondue de chocolate com frutas. Para beber caipirinhas. Estávamos todos ‘fantasiados’ de havaianos e ‘dançamos’ ao som de Revelação a noite toda. Um dos alunos do segundo ano é Jamaicano e assim que eu abri a porta pra ele, ele disse “ahhh então você é a dançarina de samba da IEXE”. Não sabia onde enfiar a minha cara de vergonha, porque desde a minha ‘performance’ no palco do Multi Culti eu me escondo das pessoas toda a vez que se comenta sobre samba. Mas o jamaicano não sossegou até que eu o ensinasse a dançar, porque aparentemente o que eu faço "com os pés é incrível". Enfim, o vídeo está aí pra vocês entenderem:
O quarto e grande evento foi o Spring Fling que eu conto no próximo post.
* Eu agora mudo o nome da escola porque muitas pessoas estavam buscando informação no Google e acabavam no meu blog. Tenho medo de ser expulsa caso a escola descubra o que eu ando falando deles na internet. Às vezes eu me esqueço a dimensão que um blog tem.