terça-feira, 27 de janeiro de 2009

We’re back in business!

Até que o retorno não foi tão traumático como o esperado. Os dias de Brasil foram maravilhosos, revigorantes e reveladores, posso assim dizer. Foi bom pra fazer o balanço dos seis meses iniciais e perceber tudo que eu andei fazendo de errado e de certo por aqui. Com certeza me sinto agora mais fortalecida e preparada para o próximo term. Já cheguei em Barcelona com a “boa notícia” de que não precisaria me apresentar ao tal conselho da IEXE. Pelo menos por enquanto não. Recebi minhas notas e eu consegui não tirar os malditos 3 Cs. Mas ainda assim tenho que me esforçar ainda mais para ver se dessa vez eu não tiro nenhum C. Mas de qualquer forma a minha resolution #1 para o ano de 2009 é me divertir mais por aqui. Eu fiquei tão preocupada com notas e com a imagem que eu projetava pros meus amiguinhos de classe que eu passei maior parte do meu tempo super tensa e travada. Agora eu já estou mais à vontade, mais segura de mim e conseqüentemente mais feliz. Agora eu sinto que a minha personalidade está de volta, voltei a ser a Marcelle. Pois bem, menos um problema. Então resolution #2: resolver a encalhação.

Desde que chegamos aqui eu e Bia conversamos muito sobre o grande dia que iríamos provar dos chicos espanholes ou qualquer outro chico internacional que seja. Confesso que fomos bem inocentes no inicio. “Não vamos nos precipitar roomie. Vamos avaliar todos os rapazes e depois escolher o nosso foco.” Há há há. Avaliamos, escolhemos o foco, o foco cagou pra gente, escolhemos outro e entramos nesse ciclo vicioso que estamos hasta ahora. No início a gente se apaixonada todas as noites por alguém diferente. Voltando da night era sempre o mesmo papo “Roomie, encontrei o amor.” E realmente de homem bonito e interessante a IEXE, principalmente, está recheada. Toda vez que tem o poker da IEXE, eu carrego a Bia comigo e toda vez ela conhece alguém novo. No poker da semana passada, eu a apresentei a certo rapaz uruguaio e foi só eu olhar pra cara dela que eu já tinha entendido tudo “Nooooooossa Senhooora!!”. Pelo menos eu ganhei 70 euros nesse dia...

A pergunta é: o que estamos fazendo de errado? A Carol tem um ponto quando ela diz que o fato d’eu não usar nem óculos e nem lentes à noite, atrapalha a minha vida sexual. Realmente se estiver alguém me dando mole em uma distancia maior do que dois metros, eu nunca vou reparar, na verdade eu nunca nem vou ver. Por isso, resolution #3 comprar lentes de contato. Check! Outra razão deve ter a ver com um toque que o Naresh me deu e o portuga amigo da Bia deu pra ela também. Claro que a gente não se emperequeta toda pra ir pra faculdade, a gente vai arrumadinha normal. Bom pelo menos era o que a gente pensava. Um dia o Naresh diz pra mim “sabe o que eu acho legal em você? É que você nem se importa pra como você se veste na faculdade, só quando você sai à noite que você se arruma!” (Como assim eu nem me importo???) “Ahh obrigada Naresh”. O portuga mandou pra Bia um dia na night também “Nossa você está tão diferente. De maquiagem, brinco, bota...” e começou uma lista sem fim das coisas que a Bia não usa na faculdade. Pior do que esses comentários, só o comentário do Curu pra Bia no Réveillon “Nossa você rejuveneceu!” Ahhhh faça-me o favor, isso é papo pra tia!! Por essas e outras, resolution #4: ser mais vaidosa em 2009!

A verdade é que eu e Bia temos um pouco de consciência dos nossos erros e vou contar uns causos aqui que vocês logo logo vão entender:

Tem esse menino americano que está totalmente fora do meu padrão físico de qualidade, mas é um simpático e meu coração bate mais forte por ele. Não sei bem se o meu coração bate mais forte por ele porque eu acho que ele tem algum interesse em mim, ou se eu acho que ele tem algum interesse em mim porque o meu coração bate mais forte por ele. Any how, dia desses estávamos todos na night, eu decidida a dar mole para o rapaz em questão. Papo vai, riso pra lá, cabelo pra cá, papo vem, o rapaz começa a falar umas coisas no meu ouvido. A essa altura eu, um “pouquinho” embriagada e o hip hop bombante nas alturas, já não estava entendendo nada do que ele estava falando, mas o sorriso estava estampado no rosto, aprovando tudo e qualquer coisa que ele dissesse. Pois bem, no meio de um monte de palavras eu escuto “well let’s just go then!” Pra meio entendedor meia palavra basta e eu respondi “ok!” (facinha, facinha, valendo nada). Ele começa andar na direção da saída da boate e eu atrás, toda orgulhosa de mim. Passo pela Bia e olho pra ela com o sorriso da vitória “Scoooore”! No caminho, eu, num misto de nervosismo e felicidade, começo a pensar nas coisas que deveriam estar ok para aquela tão esperada noite e que não estavam. “Cacete eu tenho que encontrar uma depiladora brasileira uurgente!!” Chegamos na porta da boate, ele na minha frente vai em direção a uma mulher e a cumprimenta. Eu chego 5 segundos depois e sou apresentada a mesma. “Amiguinha de classe, chegou hoje em Barcelona, vai estudar com a gente. Oi prazer meu nome é Marcelle. Oi, obrigada por terem vindo me buscar na porta, eu estava um pouco perdida.” Foooon Foooon Foooon Foooon. Muito triste.

Tem esse outro menino alemão que esse sim passa por todos os critérios de qualidade. O que é uma coisa increíble dado que ele é alemão. O fato é que ele é tão incrível que eu jamais nem cogitei a possibilidade. Bom em um dos mil eventos da IESE eu tive certeza que das duas uma: ou ele estava sendo extremamente simpático comigo ou ele estava me dando mole. É sempre difícil avaliar já que são tantas nacionalidades e costumes diferentes, mas um alemão sendo simpático aí tem. Essa noite eu acabei bebendo mais do que devia e a Bia teve que me carregar pra casa antes que eu tirasse a prova das reais intenções do rapaz. Dia seguinte, trabalho de grupo na casa de um amigo. Chego lá e adivinha quem é o flatmate dele? O meu alemão! O simpático me chama pra fazer um tour pela casa, vai me mostrando cômodo por cômodo, até que chegamos no quarto dele. Na parede, um pôster: A foto da namorada linda maravilhosa loira e alemã. Triste, eu sei, mas a história não acaba por aí. Janeiro de 2009, ano novo, Marcelle nova. Vou pra uma boate com a galera e encontro ele lá, meio que chegando em várias mulheres. Opa! Das duas uma: ou ele terminou ou ele chifra a namorada! As duas funcionam pra mim e fui puxar um papo. Papo vai, riso pra lá, cabelo pra cá, papo vem, ele me conta que ama o Tribalistas, que é a única banda brasileira que ele conhece, bla bla bla, eu prometo gravar um cd da Marisa Monte pra ele. No dia seguinte, domingo, compro um cd virgem, passo algum tempo selecionando músicas intencionalmente sensuais, ou seja, me dedico. Segunda-feira, eu vou toda animadinha e entrego o cd pra ele. O seguinte diálogo se estabelece:

Eu: “Então, gravei esse cd pra você!”
Ele: “(?)”
Eu: “O cd da Marisa Monte. Aquela que canta nos Tribalistas....”
Ele: “Ahhhh... Nossa...Obrigada..(?)....”
(silêncio sem graça)
Ele: “Vou ouvir esse final de semana com a minha namorada.”
(E o meu sorriso colgate virou sorriso sol na cara)

Sem necessidade de ser tão cruel, concorda? Alemães são todos uns grosseiros. Resolution #5: nunca mais acreditar nas minhas opções quando eu digo “das duas uma”.



PS: A nerd da minha roomie passou em todas as matérias com louvor! Palmas para ela! Ahhh!! E cruzem os dedinhos que essa semana faremos entrevista para a Johnson & Johnson!